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PortuguêsFiguras de linguagem (2)


EXERCÍCIOS - Exercício 31

  • (IBFC 2019)

Leia atentamente a letra da canção “O meu Guri” do compositor brasileiro Chico Buarque e responda a questão.

Quando, seu moço, nasceu meu rebento

Não era o momento dele rebentar

Já foi nascendo com cara de fome

E eu não tinha nem nome pra lhe dar

Como fui levando não sei lhe explicar

Fui assim levando, ele a me levar

E na sua meninice, ele um dia me disse

Que chegava lá

Olha aí! Olha aí!

Olha aí!

Ai, o meu guri, olha aí!

Olha aí!

É o meu guri e ele chega

Chega suado e veloz do batente

Traz sempre um presente pra me encabular

Tanta corrente de ouro, seu moço

Que haja pescoço pra enfiar

Me trouxe uma bolsa já com tudo dentro

Chave, caderneta, terço e patuá

Um lenço e uma penca de documentos

Pra finalmente eu me identificar

(...)

Chega no morro com carregamento

Pulseira, cimento, relógio, pneu, gravador

Rezo até ele chegar cá no alto

Essa onda de assaltos está um horror

Eu consolo ele, ele me consola

Boto ele no colo pra ele me ninar

De repente acordo, olho pro lado

E o danado já foi trabalhar

(...)

Chega estampado, manchete, retrato

Com venda nos olhos, legenda e as iniciais

Eu não entendo essa gente, seu moço

Fazendo alvoroço demais

O guri no mato, acho que tá rindo

Acho que tá lindo de papo pro ar

Desde o começo eu não disse, seu moço!

Ele disse que chegava lá

Olha aí! Olha aí!

Ref. https://www.letras.mus.br/chico-buarque/66513/


Na canção “O Meu Guri” existem muitos trechos irônicos, construídos pela contraposição da ingenuidade do discurso do eu-lírico e a gravidade da situação social vivida pelo filho. Considerando a canção e a ironia presente nela, assinale a alternativa incorreta :


A) Nos versos a seguir “e uma penca de documentos/Pra finalmente eu me identificar”, há a presença de ironia, pois os documentos trazidos pelo filho eram produtos de roubos, que, portanto, identificavam as vítimas dos assaltos e não o eu-lírico.

B) Nos versos “Eu não entendo essa gente, seu moço/ Fazendo alvoroço demais” não há ironia, pois representa a manifestação sincera da ingenuidade do eu-lírico, que não entende que o alvoroço das pessoas se deve à morte do filho.

C) Nos versos “O guri no mato, acho que tá rindo/Acho que tá lindo de papo pro ar” a ironia está no fato de o eu-lírico achar que o seu filho está descansando no mato, quando, na verdade, está morto.

D) No verso “Chega suado e veloz do batente”, a ironia está no fato de que o filho do eu-lírico não precisa correr e nem suar no seu batente.


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