Procura

PortuguêsNoções gerais de compreensão e interpretação de texto


EXERCÍCIOS - Exercício 482

  • (FCC 2017)

Sem privacidade

Ainda é possível ter privacidade em meio a celulares, redes sociais e dispositivos outros das mais variadas conexões? Os mais velhos devem se lembrar do tempo em que era feio “ouvir conversa alheia”. Hoje é impossível transitar por qualquer espaço público sem recolher informações pessoais de todo mundo. Viajando de ônibus, por exemplo, acompanham-se em conversas ao celular brigas de casal, reclamações trabalhistas, queixas de pais a filhos e vice-versa, declarações românticas, acordo de negócios, informações técnicas, transmissão de dados e um sem-número de situações de que se é testemunha compulsória. Em clara e alta voz, lances da vida alheia se expõem aos nossos ouvidos, desfazendo-se por completo a fronteira que outrora distinguia entre a intimidade e a mais aberta exposição.

Nas redes sociais, emoções destemperadas convivem com confissões perturbadoras, o humor de mau gosto disputa espaço com falácias políticas – tudo deixando ver que agora o sujeito só pode existir na medida em que proclama para o mundo inteiro seu gosto, sua opinião, seu juízo, sua reação emotiva. É como se todos se obrigassem a deixar bem claro para o resto da humanidade o sentido de sua existência, seu propósito no mundo. A discrição, a fala contida, o recolhimento íntimo parecem fazer parte de uma civilização extinta, de quando fazia sentido proteger os limites da própria individualidade.

Em meio a tais processos da irrestrita divulgação da personalidade, as reticências, a reflexão silenciosa e o olhar contemplativo surgem como sintomas problemáticos de alienação. Impõe-se um tipo de coletivismo no qual todos se obrigam a se falar, na esperança de que sejam ouvidos por todos. Nesse imenso ruído social, a reclamação por privacidade é recebida como o mais condenável egoísmo. Pretender identificar-se como um sujeito singular passou a soar como uma provocação escandalosa, em tempos de celebração do paradigma público da informação .

(Jeremias Tancredo Paz, inédito )


Nos três parágrafos do texto, enumeram-se elementos que caracterizam, exemplificam e qualificam um mesmo fenômeno, tal como ocorre na seguinte sequência:


A) privacidade / espaço público / testemunha compulsória (1° paragrafo)

B) variadas conexões / intimidade / aberta exposição (1 parágrafo)

C) emoções destemperadas / confissões perturbadoras / limites da própria individualidade (2° parágrafo)

D) recolhimento íntimo / civilização extinta / fala contida (2° parágrafo)

E) irrestrita divulgação da personalidade / reticências / olhar contemplativo (3° parágrafo)


Próximo:
EXERCÍCIOS - Exercício 483

Vamos para o Anterior: Exercício 481

Tente Este: Exercício 117

Primeiro: Exercício 1

VOLTAR ao índice: Português






Cadastre-se e ganhe o primeiro capítulo do livro.
+
((ts_substr_ig=0.00ms))((ts_substr_id=5.42ms))((ts_substr_m2=0.00ms))((ts_substr_p2=0.60ms))((ts_substr_c=1.21ms))((ts_substr_im=0.75ms))
((total= 8ms))