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PortuguêsNoções gerais de compreensão e interpretação de texto


EXERCÍCIOS - Exercício 163

  • (UFU-MG 2018)

Charles Dickens
(1812-1870)
Dickens era prolífico – escreveu 15 romances, 10 dos quais excedem 800 páginas cada, e inúmeras histórias, ensaios, cartas e peças de teatro – mas só conseguia ser produtivo se determinadas condições fossem atendidas. Primeiro, ele precisava de silêncio absoluto. Em uma de suas casas, uma porta extra teve de ser instalada em seu estúdio para bloquear os ruídos. E seu estúdio precisava ter uma organização metódica. A escrivaninha ficava na frente de uma janela e, sobre ela, seus materiais para escrever – penas de ganso e tinta azul – dispostos ao lado de vários ornamentos: um pequeno vaso com flores frescas, um grande abridor de cartas, uma folha dourada com um coelho empoleirado em cima e duas estatuetas de bronze […].
As horas de trabalho de Dickens não variavam. Seu filho mais velho lembrou que “nenhum funcionário na cidade era mais metódico ou organizado do que ele; nenhuma tarefa monótona e convencional poderia ter sido feita com mais pontualidade ou mais regularidade do que dedicava ao trabalho de sua imaginação e fantasia”. Levantava-se às 7 horas, tomava café da manhã às 8 horas e estava em seu estúdio às 9 horas. Lá permanecia até o meio-dia quando fazia uma breve pausa para almoçar com a família. Durante o almoço, muitas vezes, parecia estar em transe, comia mecanicamente e mal pronunciava uma palavra antes de voltar apressado para sua mesa. Em um dia comum, escrevia cerca de 2 mil palavras, mas, durante um rompante de imaginação, às vezes, fazia o dobro disso. Em outros dias, no entanto, dificilmente escrevia alguma coisa. Mesmo assim, mantinha suas horas de trabalho sem falha, e ficava rabiscando e olhando pela janela para passar o tempo.
Pontualmente às 14h, Dickens deixava sua mesa para dar uma caminhada vigorosa de três horas de duração pelo campo ou pelas ruas de Londres, continuando a pensar em sua história e, como ele descreveu, “procurando algumas imagens que eu gostaria de explorar”. Quando voltava para casa, seu cunhado lembra: “Ele parecia a personificação da energia, transbordando por todos os poros, vinda de algum reservatório escondido”. As noites de Dickens, no entanto, eram tranquilas: jantava às 18 horas e passava a noite com a família ou amigos antes de se recolher, à meia-noite.
CURREY, Mason. O segredo dos grandes artistas . Rio de Janeiro: Elsevier, 2013, p. 193-194.

O texto retrata a sistemática rotina do escritor no seu dia a dia. A estratégia do autor para mostrar essa rotina se dá pelas sequências enunciativas, próprias da tipologia narrativa.

Com base nessas informações e no texto dado, assinale a alternativa que NÃO se configura como sequência narrativa.




A) Acho que aquele pequeno cadáver é o peso maior que tenho na consciência. Hoje, entendo bem isso: é um pecado mortal forçar as grandes leis. Não devemos nos apressar, nem ficar impacientes, mas seguir confiantes o ritmo eterno. (Trecho do texto Uma lição de vida, de Nikos Kazantzakis).

B) [...] Irritado e impaciente, curvei-me e comecei a esquentá-lo com meu hálito. E o milagre começou a acontecer diante de mim num ritmo mais rápido que o natural. O invólucro se abriu e a borboleta saiu, arrastando-se. [...] (Trecho do texto Uma lição de vida, de Nikos Kazantzakis).

C) Abrir a porta, correr, se arrumar, lavar louças, dirigir e até fazer uma “selfie” podem parecer tarefas simples do dia a dia, mas já imaginou fazer isso com o pés? Para a educadora física Carolina Tanaka Meneghel, de 29 anos, que nasceu sem os dois braços, tudo isso é rotina. [...] (Disponível em: http://ecos010jornal.blogspot.com.br/2014/05/sequencia-narrativa-e-tipos-de.html. Acesso em: 22 de fev. 2018).

D)

Misael, funcionário da Fazenda, com 63 anos de idade.

Conheceu Maria Elvira na Lapa - prostituída, com sífilis, dermite nos dedos, uma aliança empenhada e os dentes em petição de miséria.

Misael tirou Maria Elvira da vida, instalou-a num sobrado no Estácio, pagou médico, dentista, manicura... Dava tudo quanto ela queria.

Quando Maria Elvira se apanhou de boca bonita, arranjou logo um namorado.

Misael não queria escândalo. Podia dar uma surra, um tiro, uma facada. Não fez nada disso: mudou de casa.

Viveram três anos assim. (Trecho do poema Tragédia brasileira, de Manuel Bandeira ).




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