PortuguêsInterpretação de textos (7)
- (FCC 2007)
Atenção: As questões de números 11 a 20 referem-se ao texto transcrito abaixo.
Vários historiadores têm procurado entender a originalidade da monarquia brasileira vinculando-a à chegada da família real ao Brasil em 1808. De fato, é no mínimo inusitado pensar numa colônia sediando a capital de um império. Chamada por Maria Odila Leite da Silva Dias de a “internacionalização da metrópole”, a instalação no Brasil da corte portuguesa, que fugia das tropas napoleônicas, significou não apenas um acidente fortuito, mas um momento angular da história nacional e de um processo singular de emancipação. Fuga ou golpe político, o fato é que com D. João e sua família, e contando com a ajuda inglesa, transferiram-se para o país a própria corte portuguesa — cujo número estimado de pessoas chegava a 20 mil, sendo que a cidade do Rio possuía apenas 60 mil almas — e várias instituições metropolitanas. Mas não era só: comerciantes ingleses e franceses, artistas italianos e naturalistas austríacos vinham junto com os baús. Difícil imaginar choque cultural maior. Transformado em reino unido já em 1815, o Brasil passou a distanciar-se, aos poucos, de seu antigo estatuto colonial, ganhando uma autonomia relativa jamais conhecida naquele contexto. A partir de então, o Rio de Janeiro tornou-se capital de Portugal e de suas possessões na África e na Ásia, e os portos brasileiros se abriram ao comércio britânico (seguindo o acerto feito com a Inglaterra, que assegurou o transporte da corte, mas o trocou por esse acordo comercial). Tais fatos alteraram radicalmente a situação da colônia portuguesa na América. (Adaptado de SCHWARCZ, Lilia Moritz. As barbas do imperador: D. Pedro II, um monarca nos trópicos. São Paulo: Companhia das Letras, 1999, p. 35-36.)
Levando em conta as relações de sentido estabelecidas no texto, é correto dizer que
A) a expressão choque cultural (linha 18) faz referência às diferenças de desenvolvimento verificáveis entre portugueses e outros povos europeus à época.
B) o segmento é no mínimo (linhas 3 e 4) equivale a “é pelo menos" e empresta tom enfático à avaliação feita.
C) o fragmento Mas não era só (linhas 15 e 16) é seguido de esclarecimento que contradiz as afirmações anteriores.
D) a conjunção mas (linha 9) pode ser substituída, sem prejuízo do sentido e da correção do trecho em que aparece, por “e sim".
E) o termo então (linha 22) tem como referência o ano de 1808.
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