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EXERCÍCIOS - Exercício 73

  • (FCC 2010)

A narrativa bíblica da Torre de Babel conta que Deus se enfureceu ao notar que os homens sonhavam com o reino dos céus e construíam uma torre para alcançá-lo. Resolveu, então, puni-los por sua arrogância. Logo, cada um dos homens começou a falar uma língua diferente e, com a comunicação comprometida, a construção foi cancelada. Se na Bíblia a pluralidade linguística era uma condenação, para a história é uma bênção, pois mostra a riqueza da humanidade. Os idiomas guardam a alma de um povo, sua história, seus costumes e conhecimentos, passados de geração em geração.

O Atlas das línguas do mundo em perigo de desaparecer 2009 , divulgado pela Unesco, contempla a situação de 155 países e divide os idiomas na categoria extinta e em outras quatro de risco. Ele apresenta a situação de 190 línguas brasileiras, todas indígenas. Dessas, 12 desapareceram e as demais estão em risco. Segundo o americano Denny Moore, antropólogo, linguista colaborador do Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) e coordenador da área de linguística do Museu Emílio Goeldi, em Belém, o documento deixou de fora os dialetos de descendentes de imigrantes e de grupos afrobrasileiros por falta de dados sistematizados sobre eles -estima-se que sejam 20 línguas. Para ele, as informações sobre o Brasil devem ser vistas com cautela - muitas das línguas citadas são extremamente parecidas e inteligíveis entre si e poderiam ser consideradas pelos linguistas como o mesmo idioma.

Com o objetivo de entender melhor nosso universo linguístico, o Iphan montou o Grupo de Trabalho da Diversidade Linguística do Brasil (GTDL), que se dedica à criação de um inventário de línguas brasileiras. Hoje, o governo reconhece a importância de preservar esse patrimônio imaterial, mas nem sempre foi assim. Segundo historiadores, em 1500 eram faladas 1.078 línguas indígenas. Para colonizar o país e catequizar os povos indígenas, os descobridores forçaram o aprendizado do português. Durante o governo Getúlio Vargas defendeu-se a nacionalização do ensino, e os idiomas falados por descendentes de estrangeiros simbolizavam falta de patriotismo. Por isso, caíram em desuso.

Mas por que as línguas desaparecem? Por diversos motivos, como a morte de seu último falante. Em tempos de globalização, é comum também que um idioma mais forte, com mais pessoas que o utilizam em grandes centros, sufoque um mais fraco.

(Cláudia Jordão . Istoé, 11/3/2009, pp.60-62, com adaptações)

Segundo o especialista americano citado no texto,


A) o grupo de trabalho montado pelo Iphan deve encontrar dificuldades em identificar as línguas de origem africana faladas no Brasil.

B) as falhas observadas no Atlas da Unesco se justificam porque não se dispõe de registros escritos confiáveis das línguas indígenas.

C) a sistematização das línguas de origem africana e de descendentes de estrangeiros, faladas no Brasil, deverá ocorrer em breve

D) o número exato de línguas faladas no Brasil, devido às semelhanças existentes entre algumas delas, precisa ainda ser revisto.

E) o levantamento feito das línguas em extinção no mundo peca por falta de estudos mais específicos sobre esses idiomas.


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