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PortuguêsRedação - reescritura de texto (2)


EXERCÍCIOS - Exercício 236

  • (FCC 2011)

Pós-11/9
Li que em Nova York estão usando “dez de setembro”
como adjetivo, significando antigo, ultrapassado. Como em:
“Que penteado mais dez de setembro!”. O 11/9 teria mudado o
mundo tão radicalmente que tudo o que veio antes – culmi-
nando com o day before [dia anterior], o último dia das torres
em pé, a última segunda-feira normal e a véspera mais véspera
da História – virou preâmbulo. Obviamente, nenhuma normali-
dade foi tão afetada quanto o cotidiano de Nova York, que vive
a psicose do que ainda pode acontecer. Os Estados Unidos
descobriram um sentimento inédito de vulnerabilidade e reor-
ganizam suas prioridades para acomodá-las, inclusive sacrifi-
cando alguns direitos de seus cidadãos, sem falar no direito de
cidadãos estrangeiros não serem bombardeados por eles.
Protestos contra a radicalíssima reação americana são vistos
como irrealistas e anacrônicos, decididamente “dez de se-
tembro”.

Mas fatos inaugurais como o 11/9 também permitem às
nações se repensarem no bom sentido, não como submissão à
chantagem terrorista, mas para não perder a oportunidade do
novo começo, um pouco como Deus – o primeiro autocrítico –
fez depois do Dilúvio. Sinais de revisão da política dos Estados
Unidos com relação a Israel e os palestinos são exemplos disto.
E é certo que nenhuma reunião dos países ricos será como era
até 10/9, pelo menos por algum tempo. No caso dos donos do
mundo, não se devem esperar exames de consciência mais
profundos ou atos de contrição mais espetaculares, mas o
instinto de sobrevivência também é um caminho para a virtude.
O horror de 11/9 teve o efeito paradoxalmente contrário de me
fazer acreditar mais na humanidade.
A questão é: o que acabou em 11/9 foi prólogo, exata-
mente, de quê? Seja o que for, será diferente. Inclusive por uma
questão de moda, já que ninguém vai querer ser chamado de
“dez de setembro” na rua.

(Luis Fernando Verissimo, O mundo é bárbaro)

A má construção exige que se dê nova redação à seguinte frase:


A) Por se sentirem donos do mundo, os países mais poderosos não estão habituados a fazer, com humildade, uma análise crítica de si mesmos.

B) Uma das consequências do trágico episódio de 11/9 foi o bombardeio a que os Estados Unidos submeteram o Iraque, país tomado como bode expiatório.

C) O significado que a expressão dez de setembro passou a ter depois do trágico atentado denota a preocupação dos americanos com o que está ou não na moda.

D) Jamais os Estados Unidos haviam tomado consciência de sua vulnerabilidade, que ficou evidenciada com o bem-sucedido ataque terrorista às torres gêmeas.

E) Ainda que se considere um episódio obviamente trágico, as torres gêmeas constituíam um símbolo da opulência capitalista e da alta tecnologia americana.


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