PortuguêsDenotação e conotação
- (CONSULPLAN 2012)
Os filhos de Ana eram bons, uma coisa verdadeira e sumarenta. Cresciam, tomavam banho, exigiam para si, malcriados, instantes cada vez mais completos. A cozinha era enfim espaçosa, o fogão enguiçado dava estouros. O calor era forte no apartamento que estavam aos poucos pagando. Mas o vento batendo nas cortinas que ela mesma cortara lembrava-lhe que se quisesse podia parar e enxugar a testa, olhando o calmo horizonte. Como um lavrador. Ela plantara as sementes que tinha na mão, não outras, mas essas apenas. E cresciam árvores. Crescia sua rápida conversa com o cobrador de luz, crescia a água enchendo o tanque, cresciam seus filhos, crescia a mesa com comidas, o marido chegando com os jornais e sorrindo de fome, o canto importuno das empregadas do edifício. Ana dava a tudo, tranquilamente, sua mão pequena e forte, sua corrente de vida.
( Lispector, Clarice. “Laços de Família”. Rio de Janeiro: Ed. Rocco, 1998. – Fragmento .)
A autora utiliza-se das transformações de sentido das palavras para a construção do texto II. O emprego deste recurso, a linguagem figurada, pode ser observado em
A) “ Os filhos de Ana eram bons ,…”
B) “ Cresciam, tomavam banho, exigiam para si ,...”
C) “ O calor era forte no apartamento ...”
D) “… o vento batendo nas cortinas que ela mesma cortara …”
E) “ Ela plantara as sementes que tinha na mão ,...”
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