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PortuguêsMorfologia - verbos


EXERCÍCIOS - Exercício 56

  • (Prefeitura do Rio de Janeiro - RJ 2014)

Texto: Fome de justiça

[...]

Fui ao presídio feminino Nelson Hungria, convidado para dar uma pequena palestra sobre o livro e a liberdade. Uma biblioteca breve e bem escolhida foi a primeira surpresa, além das cores com que as alunas pintaram a escola da unidade. Depois, todos aqueles olhos, atravessados por uma fome de mudança, rostos variados, tantos, boa parte dos quais cheios de comoção. Olhos em que brilha a obstinada luz do “ainda-não”, que as faz seguir em frente, com a geografia particular de seus afetos. Chamam-se Marisa, Teresa, Maria. Mas que importam os nomes? Não quiseram saber de meu passado e eu tampouco me interessei pelo passado daquelas senhoras. Como disse Agostinho, o passado deixou de ser e o futuro não veio. Portanto, só há presente. E estávamos ali convocados pela duríssima beleza do agora.

Lembrei a todas que sonhamos de olhos abertos, sobretudo de olhos abertos, como disse Ernst Bloch, e que o presente só faz sentido através da construção que se faça da matéria viscosa dos sonhos, do tempo que virá por antecipação. Disse-lhes que eram noivas de um belo e atraente senhor, a quem deveriam fazer a corte e conquistar com arrebatada decisão: o futuro. E tentamos avançar nessa direção.

As perguntas nos aproximaram, quebrando um mundo aparentemente dividido, nas malhas processuais ou nas franjas do Código Penal. Somos a mesma porção de humanidade, regidos pela poética do encontro e da boa vontade. Eu indagava silencioso se a Justiça terá olhos suficientes para alcançar essas moças e senhoras, que ainda me emocionam de tal modo que até o momento não sei definir o que vivi. Mas será mesmo preciso definir o que quer que fosse nessa esfera?

Fui almoçar depois com a diretora e as agentes penitenciárias. As cozinheiras são “moradoras” que preparam os pratos com suas próprias mãos. A fome silenciosa de justiça, no silêncio e no trabalho. Penso nas minhas mãos e nas suas, leitor. Penso nas mãos dos juízes e nas de nossas mães. Porque sem compaixão não há justiça.

Marco Lucchesi , publicado em O Globo , 27/11/13 – fragmento adaptado disponível em:

http://oglobo.globo.com/opiniao/fome-de-justica- 10891521#ixzz2oNk31UbC


Considere a seguinte frase, do primeiro parágrafo, para responder à  questão.

“E estávamos ali convocados pela duríssima beleza do agora.”

O verbo estar , nessa frase, encontra-se conjugado no tempo pretérito imperfeito do modo indicativo. O valor desse tempo verbal nesse contexto é o de:




A) relatar momentos passados, concebendo-os como contínuos e permanentes

B) transportar-se mentalmente a uma época passada, descrevendo o que então era presente

C) designar categoricamente uma ação passada habitual ou repetida, não concluída

D) denotar, em indicação de pedidos ou solicitações, dúvida da realização do fato


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