PortuguêsCrase
- (VUNESP 2018)
Para se alfabetizar de verdade,
Brasil deve se livrar de algumas ideias tortas
Meses atrás, quando falei aqui do livro de Zinsser, um leitor deixou o seguinte comentário: “É de uma pretensão sem tamanho, a vaidade elevada ao maior grau, o sujeito se meter a querer ensinar os outros a escrever”.
Pois é. Muita gente acredita que, ao contrário de todas as demais atividades humanas, da música à mecânica de automóveis, do macramê à bocha, a escrita não pode ser ensinada. Por quê?
Porque é especial demais, elevada demais, dizem alguns. É o caso do leitor citado, que completou seu comentário com esta pérola: “Saber escrever é uma questão de talento, quem não tem, não vai nunca aprender…”
Há os que chegam à mesma conclusão pelo lado oposto, a ilusão de que toda pessoa alfabetizada domina a escrita, e o resto é joguinho de poder espúrio.
Talento literário é raro mesmo, mas não se trata disso. Também não estamos falando só de correção gramatical e ortográfica, aspecto que será cada vez mais delegado à inteligência artificial.
Estamos falando de pensamento. Escrever com clareza e precisão, sem matar o leitor de confusão ou tédio, é uma riqueza que deve ser distribuída de forma igualitária por qualquer sociedade que se pretenda civilizada e justa.
(Sérgio Rodrigues. Folha de S.Paulo , 07.12.2017)
De acordo com a norma-padrão, o acento indicativo da crase está corretamente empregado em:
A) O leitor aludiu à escrita como se ela fosse questão de talento: quem não tem, não vai nunca aprender.
B) A escrita deve levar o texto à uma riqueza, marcada pela clareza e precisão, afastando o leitor da confusão ou tédio.
C) De parte à parte, o texto precisa organizar-se como um tecido coeso e claro, instigando, assim, o leitor.
D) Existem aquelas pessoas que chegam à conclusões semelhantes, no entanto elas seguem pelo lado oposto.
E) Também não estamos falando só de correção gramatical e ortográfica. Estamos nos referindo à pensamento.
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