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PortuguêsRedação - reescritura de texto


EXERCÍCIOS - Exercício 468

  • (FCC 2014)

Nosso jeitinho

Um amigo meu, estrangeiro, já há uns seis anos morando no Brasil, lembrava-me outro dia qual fora sua principal dificuldade − entre várias − de se adaptar aos nossos costumes. “Certamente foi lidar com o tal do jeitinho”, explicou. “Custei a entender que aqui no Brasil nada está perdido, nenhum impasse é definitivo: sempre haverá como se dar um jeitinho em tudo, desde fazer o motor do carro velho funcionar com um pedaço de arame até conseguir que o primo do amigo do chefe da seção regional da Secretaria de Alimentos convença este último a influenciar o Diretor no despacho de um processo”.

Meu amigo estrangeiro estava, como se vê, reconhecendo a nossa “informalidade” − que é o nome chique do tal do jeitinho. O sistema – também batizado pelos sociólogos como o do “favor” − não deixa de ser simpático, embora esteja longe de ser justo. Os beneficiados nunca reclamam, e os que jamais foram morrem de inveja e mantêm esperanças. Até o poeta Drummond tratou da questão no poema “Explicação”, em que diz a certa altura: “E no fim dá certo”. Essa conclusão aponta para uma espécie de providencialismo místico, contrapartida divina do jeitinho: tudo se há de arranjar, porque Deus é brasileiro. Entre a piada e a seriedade, muita gente segue contando com nosso modo tão jeitoso de viver.

É possível que os tempos modernos tenham começado a desfavorecer a solução do jeitinho: a informatização de tudo, a rapidez da mídia, a divulgação instantânea nas redes sociais, tudo se encaminha para alguma transparência, que é a inimiga mortal da informalidade. Tudo se documenta, se registra, se formaliza de algum modo − e o jeitinho passa a ser facilmente desmascarado, comprometido o seu anonimato e perdendo força aquela simpática clandestinidade que sempre o protegeu. Mas há ainda muita gente que acha que nós, os brasileiros, com nossa indiscutível criatividade, daremos um jeito de contornar esse problema. Meu amigo estrangeiro, por exemplo, não perdeu a esperança .

(Abelardo Trabulsi, inédito )


Caso se substitua o elemento sublinhado pelo indicado entre parênteses, o sentido da frase permanecerá inalteradoem:


A) Tudo se documenta, e o jeitinho passa a ser facilmente desmascarado . (conquanto o jeitinho passe a ser)

B) Um amigo meu, estrangeiro, lembrava-me outro dia qual fora sua principal dificuldade (viria a ser seu grande impasse).

C) Meu amigo estrangeiro estava, como se vê , reconhecendo a nossa “informalidade”. (é evidente)

D) O sistema não deixa de ser simpático, embora esteja longe de ser justo . (porquanto seja injusto)

E) tudo se encaminha para alguma transparência, que é a inimiga mortal da informalidade. (vai de encontro a)


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