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PortuguêsNoções gerais de compreensão e interpretação de texto (5)


EXERCÍCIOS - Exercício 265

  • (FCC 2015)

Embora o meu vocabulário seja voluntariamente pobre – uma espécie de Brasileiro Básico – a única leitura que jamais me cansa é a dos dicionários. Variados, sugestivos, atraentes, não são como os outros livros, que contam sempre a mesma estopada* do começo ao fim. Meu trato com eles é puramente desinteressado, um modo disperso de estar atento... E esse meu vício é, antes de tudo, inócuo para o leitor.
Na minha adolescência, todo e qualquer escritor se presumia de estilista, e isso, na época, significava riqueza vocabular... Imagine-se o mal que deve ter causado a autores novos e inocentes o grande estilista Coelho Neto: grande infanticida, isto é o que ele foi.
Orgulhamo-nos, como das nossas riquezas naturais, da opulência verbal de Rui Barbosa. O seu fraco, ou o seu forte, eram os sinônimos. (...)
*aquilo que é maçante, enfadonho, aborrecedor.
(Adaptado de: QUINTANA, Mário. Dicionários. Caderno H. 7. ed. São Paulo: Globo, 1998, p.176)
Do texto, pode-se depreender a contraposição feita entre


A) o período da adolescência, em que não se sabe ainda dar o devido valor às palavras, e a maturidade, em que se adquire a capacidade de reconhecer um grande escritor justamente por conta das palavras que ele emprega.

B) a leitura desinteressada dos dicionários, que não tem reflexo imediato na produção escrita, e a procura de palavras difíceis e raras para conferir ao texto um estilo pomposo e supostamente mais nobre.

C) um vício inocente, como a leitura de dicionários para passar o tempo, e vícios que podem ser transmitidos dos adultos para as crianças, levando-as ao uso de substâncias que causam dependência e podem mesmo levá-las à morte.

D) a leitura de livros que contam sempre a mesma história maçante e a leitura de livros que, devido ao vocabulário variado e sugestivo, podem ser ao mesmo tempo interessantes e tão importantes para o aprendizado como a leitura dos dicionários.

E) a influência prejudicial de Coelho Neto sobre os novos escritores, ainda que fosse considerado um grande estilista, e o grande exemplo de Rui Barbosa, cuja expressão era tão rica como a nossa natureza.


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