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EXERCÍCIOS - Exercício 199

  • (IMA 2015)

A causa e o efeito
1    Pedindo vênia aos doutos ministros do Supremo Tribunal Federal que gastaram muito latim para julgar os réus do mensalão, vou gastar o meu pouco latim, que aprendi na lógica de Aristóteles em versão escolástica de Tomás de Aquino:
4   " Posita causa, positur effectus; variata causa, variatur effectus; sublata causa, tollitur effectus." O latim é macarrônico demais, não precisaria de tradução, mas aí vai: pondo, variando ou eliminando a causa, põe-se, varia-se ou elimina-se o efeito.
7    O efeito, até agora, foi a prisão de alguns dos condenados do mensalão, mas a causa não foi a corrupção pessoal dos autores materiais dos diversos crimes cuja causa seria o fortalecimento do governo petista, que mantém uma perspectiva operacional de permanecer 20 anos no poder.
11   Resumindo: mais uma vez, a causa de tantos crimes foi o poder, o poder em si mesmo, autor intelectual de uma vasta rede de corrupção em diferentes níveis.
13   Pelo que se apurou nas infindáveis sessões do Supremo Tribunal Federal, chegou-se a um " capo di tutti i capi" na pessoa simpática e já histórica de José Dirceu, que ocupava a sala ao lado de outra sala, por sinal, mais poderosa e da qual emanava o combustível que mantinha a engrenagem funcionando.
17  Do ponto de vista jurídico, a justiça parece que foi feita, em que pesem pequenos ajustes nas penas e até mesmo na mecânica dos crimes.
19   Do ponto de vista filosófico, o " quid prodest" que foi a causa da corrupção generalizada, a Justiça chegou até onde podia chegar, funcionários de média ou grande importância, não ultrapassando os limites que poderiam gerar uma grave e até mesmo sangrenta crise institucional.
Carlos Heitor Cony
Extraído de:http://www1.folha.uol.com.br/colunas/carlosheitorcony/2013/11/1373203-a-causa-e-o-efeito.shtml


A passagem em destaque “... por sinal, mais poderosa e da qual emanava o combustível que mantinha a engrenagem funcionando .” (linhas 15 a 16), pode ser caracterizada como:




A) Metonímica ao comparar seres de natureza diferente (sala X ser humano) achando entre eles uma característica em comum.

B) Pleonástica já que o termo sala é repetido diversas vezes com vistas a enfatizar seu sentido.

C) Metafórica ao enaltecer um suposto poderio muito superior ao de Dirceu que ficava ao lado de sua sala.

D) Sinestésica ao misturar percepções oriundas de diferentes órgãos do sentido como a táctil (emanava) e olfativa (combustível).


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