PortuguêsAdjetivos (2)
- (FGV 2022)
Texto 1
Vejamos, agora, o que nos diz Machado de Assis sobre a autópsia:
“Li um termo de autópsia. Nunca deixo de ler esses documentos,
não para aprender anatomia, mas para verificar ainda uma vez
como a língua científica é diferente da literária. Nesta, a
imaginação vai levando as palavras belas e brilhantes, faz imagens
sobre imagens, adjetiva tudo, usa e abusa de reticências, se o autor
gosta delas. Naquela, tudo é seco, exato e preciso. O hábito
externo é externo, o interno é interno; cada fenômeno, cada osso,
é designado por um vocábulo único. A cavidade torácica, a
cavidade abdominal, a hipóstase cadavérica, a tetania, cada um
desses lugares e fenômenos não pode receber duas apelações, sob
pena de não ser ciência.” (Adaptado. A Semana , 1830)
Machado de Assis nos diz no texto 1 que a linguagem literária adjetiva muito; a frase abaixo que exemplifica de modo mais claro essa afirmação, por conter maior número de vocábulos classificados como adjetivos, é:
A) Devem-se considerações aos vivos; aos mortos deve-se apenas a verdade;
B) Um cadáver é o produto final; nós somos apenas a matéria-prima;
C) A vida é agradável e a morte é tranquila. O problema é a transição;
D) A morte é uma vida vivida. A vida é uma morte que chega;
E) A morte não é o fim. Sempre resta a briga interminável pelo espólio.
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