PortuguêsMorfologia
- (CEV-URCA 2021)
O Poeta da Roça
Sou fio das mata, cantô da mão grossa Trabaio na roça, de inverno e de estio A minha chupana é tapada de barro Só fumo cigarro de paia de mio
Sou poeta das brenha, não faço o papé De argum menestré, ou errante cantô Que veve vagando, com sua viola Cantando, pachola, à percura de amô
Não tenho sabença, pois nunca estudei Apenas eu seio o meu nome assiná Meu pai, coitadinho! vivia sem cobre E o fio do pobre não pode estudá
Meu verso rastero, singelo e sem graça,
Não entra na praça, no rico salão.
Meu verso só entra no campo e na roça,
Nas pobre paioça, da serra ao sertão.
(Fonte: Trecho de Patativa do Assaré. Petrópolis: Vozes, 1978. p. 20)
Ainda sobre o poema de Patativa, é incorreto afirmar que:
A) a grafia que registra o infinito de verbos da primeira conjugação como oxítonas terminadas pela vogal "a" é um fenômeno comum e não se limita aos falantes não-escolarizados.
B) a grafia que registra substantivos terminados em "r" como oxítonas terminadas por vogal tônica é um fenômeno comum na fala, mas raro na escrita de falantes escolarizados.
C) a grafia de rastero revela um fenômeno comum na fala, correspondente a um metaplasmo chamado monotongação.
D) a grafia de argum revela um fenômeno comum na fala, correspondente a um metaplasmo chamado apócope.
E) a grafia que registra substantivos terminados em "l" como oxítonas terminadas por vogal tônica é um fenômeno comum na fala, mas raro na escrita de falantes escolarizados.
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