PortuguêsMorfologia - verbos
- (IFB 2017)
Para responder à questão, leia este poema de Manoel de Barros:
No descomeço era o verbo.
Só depois é que veio o delírio do verbo.
O delírio do verbo estava no começo, lá
onde a criança diz: Eu escuto a cor dos
passarinhos.
A criança não sabe que o verbo escutar não
funciona para cor, mas para som.
Então se a criança muda a função de um
verbo, ele delira.
E pois.
Em poesia que é voz de poeta, que é a voz
de fazer nascimentos
O verbo tem que pegar delírio.
(BARROS, Manoel de. Poesia completa . São Paulo: Leya, 2010.)
Releia as duas frases seguintes, extraídas do poema:
1) “A criança não sabe que o verbo escutar não funciona para cor, mas para som.”
2) “O verbo tem que pegar delírio.”
Quanto à regência dos verbos “funcionar” e “ter”, nas frases acima, é CORRETO afirmar, de
acordo com a Gramática e com as normas internas do poema:
A) O verbo “funcionar”, no poema, é intransitivo. “Para cor”, nesse caso, é um adjunto adverbial.
B) O verbo “funcionar”, no poema, é intransitivo, pois encerra uma oração. Nesse caso, “para cor” é uma oração final com verbo implícito.
C) O verbo “ter” rege, normalmente, a preposição “de”, formando “ter de”. Por isso, não faz sentido escrever “tem que”, pois é uso equivocado da linguagem oral.
D) O entendimento literal da segunda frase poderia ser desta forma: “O verbo tem necessidade de obter delírio.”
E) Manoel de Barros acerta na gramática: na primeira frase, constrói, adequadamente, a transitividade do verbo “funcionar”; na segunda frase, “tem que” indica um sentido de posse.
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