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PortuguêsMorfologia - verbos


EXERCÍCIOS - Exercício 3

  • (IFB 2017)

Para responder à questão, leia este poema de Manoel de Barros:

No descomeço era o verbo.

Só depois é que veio o delírio do verbo.

O delírio do verbo estava no começo, lá

onde a criança diz: Eu escuto a cor dos

passarinhos.

A criança não sabe que o verbo escutar não

funciona para cor, mas para som.

Então se a criança muda a função de um

verbo, ele delira.

E pois.

Em poesia que é voz de poeta, que é a voz

de fazer nascimentos

O verbo tem que pegar delírio.

(BARROS, Manoel de. Poesia completa . São Paulo: Leya, 2010.)


Releia as duas frases seguintes, extraídas do poema:

1) “A criança não sabe que o verbo escutar não funciona para cor, mas para som.”

2) “O verbo tem que pegar delírio.”

Quanto à regência dos verbos “funcionar” e “ter”, nas frases acima, é CORRETO afirmar, de acordo com a Gramática e com as normas internas do poema:




A) O verbo “funcionar”, no poema, é intransitivo. “Para cor”, nesse caso, é um adjunto adverbial.

B) O verbo “funcionar”, no poema, é intransitivo, pois encerra uma oração. Nesse caso, “para cor” é uma oração final com verbo implícito.

C) O verbo “ter” rege, normalmente, a preposição “de”, formando “ter de”. Por isso, não faz sentido escrever “tem que”, pois é uso equivocado da linguagem oral.

D) O entendimento literal da segunda frase poderia ser desta forma: “O verbo tem necessidade de obter delírio.”

E) Manoel de Barros acerta na gramática: na primeira frase, constrói, adequadamente, a transitividade do verbo “funcionar”; na segunda frase, “tem que” indica um sentido de posse.


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