Serviço socialTrabalho e serviço social
- (Fundação CEFETBAHIA 2019)
A dimensão ético-política do Serviço Social é considerada como uma significativa contribuição para a consolidação do projeto de sociedade da classe trabalhadora. Esta contribuição pode ser identificada:
A) na atuação do assistente social, que ocorre sempre de modo autônomo e independente em relação ao seu empregador, voltada, por este motivo, à classe trabalhadora, sem sofrer nenhuma influência das decisões tomadas pelo poder vigente.
B) na possibilidade de intervir, em uma dada realidade, a partir da elaboração e implementação de políticas focalizadas, que já garantem aos trabalhadores e classes populares tudo de que necessitam para a subsistência, não os incentivando, desnecessariamente, a inserir-se nos movimentos sociais, fóruns e/ou conselhos, sob pena de retaliação, levando-os a perderem o que já está garantido e oferecido por estas mesmas políticas.
C) na postura e senso crítico do assistente social ao compreender que os serviços sociais ofertados pelo Estado se constituem, mesmo ao tratarem de direitos conquistados pela classe trabalhadora, em instâncias mantenedoras e reprodutoras do status quo, devendo o profissional mediar os interesses do Estado e da sociedade, nas instituições em que atua, buscando o cumprimento do que estabelece o seu Código de Ética e compromisso firmado com os trabalhadores.
D) no incentivo à aceitação e à concordância com os interesses da classe dominante, que passam a ser também da classe trabalhadora, considerando que a manutenção da paz e da ordem social, ao serem evitadas a discordância e as permanentes reivindicações, contribui para a garantia dos postos de trabalho, bem como do poder de compra do trabalhador, então com total liberdade para consumir quando e aquilo que desejar, reduzindo, desse modo, os altos índices de desemprego.
E) no incentivo à concepção de novas formas de pensar, crítica e de modo coerente, o mundo do trabalho, as relações humanas, a utilização da cultura, aqui entendida como reconhecimento do outro em condição igual de vida e posição no mundo, possibilitando a ruptura com o senso comum, não esquecendo, todavia, de sempre submeter, com fins de aprovação e aquisição de recursos, o que é acordado entre o Serviço Social e os trabalhadores para o seu respectivo empregador, também como prova de fidelidade irrestrita e respeito àquele que lhe garante a sobrevivência como é natural, em um contexto capitalista.
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