PortuguêsFunções morfossintáticas da palavra se
- (IBADE 2019)
"Viu a Rita Baiana, que fora trocar o vestido por
uma saia, surgir de ombros e braços nus, para
dançar. A Lua destoldara-se nesse momento,
envolvendo-a na sua coma de prata, a cujo refulgir os
meneios da mestiça melhor se acentuavam, cheios
de uma graça irresistível, simples, primitiva, feita toda
de pecado, toda de paraíso, com muito de serpente e
muito de mulher.
Ela saltou em meio da roda, com os braços na
cintura, rebolando as ilhargas e bamboleando a
cabeça, ora para a esquerda, ora para a direita, como
numa sofreguidão de gozo carnal, num requebrado
luxurioso que a punha ofegante; já correndo de
barriga empinada; já recuando de braços estendidos,
a tremer toda, como se se fosse afundando num
prazer grosso que nem azeite, em que se não toma
pé e nunca se encontra fundo. Depois, como se
voltasse à vida, soltava um gemido prolongado,
estalando os dedos no ar e vergando as pernas,
descendo, subindo, sem nunca parar com os quadris,
e em seguida sapateava , miúdo e cerrado,
freneticamente, erguendo e abaixando os braços,
que dobrava, ora um, ora outro, sobre a nuca,
enquanto a carne lhe fervia toda, fibra por fibra,
tirilando."
O cortiço, Aluísio de Azevedo.
Em "como se se fosse afundando, num prazer grosso que nem azeite", é correto afirmar que:
A) o termo "num" é uma combinação, entre a preposição "em" e o artigo definido "um", que apresenta caráter informal na língua portuguesa.
B) a expressão "que nem" é uma locução conjuntiva coordenativa aditiva.
C) o termo "que" é um pronome relativo e funciona como sujeito.
D) em "como se se fosse afundando", o primeiro "se" é partícula apassivadora, enquanto o segundo "se" é um pronome clítico.
E) em "como SE SE fosse afundando", têm-se, respectivamente, uma conjunção subordinativa de natureza condicional e uma partícula integrante do verbo.
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