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PortuguêsNoções gerais de compreensão e interpretação de texto (13)


EXERCÍCIOS - Exercício 480

  • (VUNESP 2019)

Leia o texto de Hélio Schwartsman para responder à questão.

Por quê?

“Correlação não é causa” é um mantra que todos aqueles que já entraram numa aula de estatística ou de metodologia científica ouviram. E de fato não é. O canto do galo e o nascer do sol estão fortemente correlacionados, mas ninguém deve achar que é o som emitido pelo galináceo que provoca o surgimento do astro todas as manhãs.

O problema é que, durante muito tempo, estatísticos e cientistas se deixaram cegar pelo mantra e renunciaram a investigar melhor a causalidade e desenvolver ferramentas matemáticas para lidar com ela, o que é perfeitamente possível. Essa pelo menos é a visão do cientista da computação Judea Pearl, exposta em “The Book of Why” (O livro do porquê), obra que escreveu com o matemático e jornalista científico Dana Mackenzie.

Os prejuízos foram grandes. Muitas vidas se perderam porque, por várias décadas, a ciência julgou não ter meios para estabelecer com segurança se o cigarro causava ou não câncer, incerteza que a indústria do tabaco foi hábil em explorar.

Em “The Book of Why”, Pearl e Mackenzie explicam de forma razoavelmente didática quais são as novas técnicas que permitem responder a perguntas causais como “qual a probabilidade de esta onda de calor ter sido provocada pelo efeito estufa?” ou “foi a droga X que curou a doença Y?”. Mais até, os autores falam em usar a estatística para destrinchar o obscuro mundo dos contrafactuais 1 .

Uma advertência importante que os autores fazem a entusiastas do “big data” 2 é que não podemos nos furtar a entender as questões estudadas e formular teorias. Não se chega a lugar nenhum só com dados e sem hipóteses.

Minha sensação, pela retórica empregada (não tenho competência para avaliar tecnicamente), é que Pearl exagera um pouco. Ele faz um uso pouco comedido de termos como “revolução” e “milagre”. Mas é um cientista de primeira linha e, mesmo que ele esteja aumentando as coisas em até 30%, ainda sobram muitas ideias fascinantes no livro.

(Hélio Schwartsman. 19.08.2018. www.folha.uol.com.br. Adaptado)

1 contrafactual: simulação (sentido aproximado)

2 big data: grande banco de dados


Segundo o autor, um atrativo do livro de Pearl e Mackenzie é


A) a impossibilidade de abordagens científicas na investigação dos contrafactuais.

B) a defesa que eles fazem da primazia de outras metodologias sobre a estatística.

C) o fato de mostrar novas técnicas para a resolução de questões de causalidade.

D) a crítica à falta de responsabilização das indústrias pela causa de doenças letais.

E) a descoberta de fórmulas matemáticas úteis para quantificar efeitos correlacionados.


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