PortuguêsNoções gerais de compreensão e interpretação de texto (11)
- (IF-TO 2019)
INFÂNCIA
Meu pai montava a cavalo, ia para o campo.
Minha mãe ficava sentada cosendo.
Meu irmão pequeno dormia.
Eu sozinho menino entre mangueiras
lia a história de Robinson Crusoé,
comprida história que não acaba mais.
No meio-dia branco de luz uma voz que aprendeu
a ninar nos longes da senzala — e nunca se esqueceu
chamava para o café.
Café preto que nem a preta velha
café gostoso
café bom.
Minha mãe ficava sentada cosendo
olhando para mim:
— Psiu… Não acorde o menino.
Para o berço onde pousou um mosquito.
E dava um suspiro… que fundo!
Lá longe meu pai campeava
no mato sem fim da fazenda.
E eu não sabia que minha história
era mais bonita que a de Robinson Crusoé.
ANDRADE, Carlos Drummond de. Alguma poesia . 1. ed. São Paulo: Companhia das Letras, 2013. p. 13.
A respeito do texto 3, pode-se afirmar que:
A) o poeta relembra sua vida tranquila durante a infância, quando morava com sua família em uma fazenda.
B) o poeta não tem boas lembranças de sua infância pois sempre ficava sozinho em casa.
C) no poema são apresentadas situações corriqueiras de uma criança quando ia passar férias em uma fazenda.
D) a infância do poeta se caracterizava por uma rotina com muitos afazeres.
E) a lembrança de uma cena familiar não trouxe boas recordações ao poeta.
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