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EXERCÍCIOS - Exercício 7

  • (FUNDEP (Gestão de Concursos) 2019)

Tropeçando nos acentos

Moacyr Scliar

[...]

Alguém já disse que os ingleses conquistaram o mundo porque não precisavam perder tempo acentuando as palavras. Pode não ser verdade, mas o gasto de energia representado pelos agudos, pelos circunflexos, pelos tremas, é uma coisa impressionante. E a pergunta é: para quê, mesmo? Alguém já disse que a crase não foi feita para humilhar ninguém. Tenho minhas dúvidas: acho que a crase foi feita, sim, para humilhar. A população brasileira se divide em pobres e ricos, mas também se divide em dois grupos, os que sabem usar a crase, a minoria, e a maioria que tem um medo existencial a este sinal.

É possível aprender? É possível. Mas tomem o meu caso: escritor, médico, homem razoavelmente informado, eu deveria acentuar bem as palavras. Pois tenho minhas dúvidas. É que durante a minha existência o país passou por umas três reformas ortográficas que tiveram o mérito de esculhambar a minha cabeça. O acento diferencial consegui esquecer, mas há outros que ainda me causam dúvidas. Há duas soluções para este problema. Uma é representada por esses dispositivos de correção que hoje fazem parte dos programas de computação (mas que às vezes cometem erros lamentáveis). Outra seria uma revolução na grafia que reduzisse os acentos ao mínimo possível ou, melhor ainda, a zero.

A primeira máquina de escrever que eu ganhei, ainda menino, era uma velha Royal, importada dos Estados Unidos, e que não tinha acentos. Eu escrevia, e depois acentuava à mão. Com uma tremenda inveja dos americanos que estavam dispensados desta tarefa inglória. Não sei onde andará essa máquina. E nem quero saber. Ela me lembraria que há neste mundo pessoas felizes que podem escrever sem a preocupação de acentuar certo. Uma coisa que eu gostaria de esquecer.

[...]

Disponível em: <https://ciberduvidas.iscte-iul.pt/outros/> . Acesso em: 16 jan. 2019.


Em relação ao afirmado pelo escritor Moacyr Scliar em seu texto, assinale a alternativa incorreta.


A) O escritor afirma que a crase só é bem empregada por uma pequena parcela dos brasileiros, enquanto a outra parcela não poderia aprender a usá-la.

B) Scliar mostra que até para ele mesmo, que possui estudo formal e é escritor, há dúvidas quanto ao uso da crase.

C) Ao comparar a língua portuguesa à língua inglesa, o autor destaca a praticidade que a ausência de acentos representa no idioma dos ingleses.

D) A divisão dos brasileiros proposta pelo escritor não associa a situação financeira do indivíduo ao fato de ele saber ou não usar a crase.


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