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EXERCÍCIOS - Exercício 150

  • (Colégio Pedro II 2019)

O orgulho (importado) de ser negro no Brasil: Black Rio
Uma cidade de cultura própria desenvolve-se dentro do Rio. Uma cidade que cresce e assume características muito específicas. Cidade que o Rio, de modo geral, desconhece ou ignora. Ou porque o Rio só sabe reconhecer os uniformes e os clichês, as gírias e os modismos da Zona Sul; ou porque prefere ignorar ou minimizar essa cidade absolutamente singular e destacada, classificando-a no arquivo descompromissado do modismo; ou porque considera mais prudente ignorá-la na sua inquietante realidade. A essa população que não tem samba e feijoada entre as suas manifestações cotidianas e folclóricas. Embora possa até gostar de samba e feijoada como qualquer estrangeiro gosta. Uma população cujos olhos e cujos interesses voltam-se para modelos nada brasileiros. População que forma uma cidade móvel, cujo centro se desloca permanentemente – ora está em Colégio, onde fica o clube Coleginho, considerado um dos primeiros templos do soul, ora em Irajá, ora em Marechal Hermes ou em Rocha Miranda, ora em Nilópolis ou na Pavuna. Cujos pontos de encontro e de decisão são as calçadas do Grande Rio, em Madureira ou no Calçadão, em Caxias; em Vilar dos Teles ou na Rua Sete de Setembro, no Centro do Rio. Uma cidade cujos habitantes se intitulam a si mesmos de blacksou de browns; cujo hino é uma canção de James Brown ou uma música dos Blackbyrds; cuja bíblia é Wattstax, a contrapartida negra de Woodstock; cuja linguagem incorporou palavras como brother e white; cuja bandeira traz estampada a figura de James Brown ou de Ruff Thomas; cujo lema é I am somebody; cujo modelo é o negro americano, embora sobre a cópia já se criem originalidades.
FRIAS, L. Jornal do Brasil , 17 jul. 1976 (fragmento).
Esse texto é parte de uma reportagem publicada em 17 de julho de 1976 no Caderno B do Jornal do Brasil e que ocupou mais de três páginas inteiras daquele periódico. Ela foi um marco para a black music no Brasil, vinculando o nome Black Rio ao movimento carioca que, em 2018, foi declarado Patrimônio Cultural Imaterial do Estado do Rio de Janeiro.
Sobre o movimento Black Rio, é correto afirmar que


A) ele chegou ao Brasil no início dos anos 1960, marcando a produção musical de artistas como Tim Maia, Tony Tornado, Gerson King Combo, Carlos Dafé, o Grupo Abolição, de Dom Salvador, e a Banda Black Rio, do saxofonista Oberdan Magalhães, que vai dar o nome ao movimento.

B) com ele, surgia e espalhava-se pelos subúrbios cariocas um tipo de baile que muito agradava a juventude pobre da cidade, composta na maioria por negros e mestiços. Figura emblemática foi Dom Filó, que, a pedido da diretoria do Clube Renascença, criou um baile que animava o lazer dominical de seus sócios.

C) os organizadores e animadores dos bailes que marcaram esse movimento nos anos 1970 eram conhecidos como MCs e DJs, sendo o mais famoso deles o DJ Malboro, artista que iniciou o processo de abrasileiramento do gênero, levando-o posteriormente para o exterior.

D) a chegada do rap, tipo de composição em que a letra é declamada sobre forte base rítmica, e do break, produtos do hip-hop norte-americano, que incluía também o grafitti como forma de manifestação artística, enfraqueceu esse movimento e ofuscou os bailes suburbanos do Rio de Janeiro.


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