Conhecimentos geraisSociedade e comportamento
- (NUCEPE 2019)
Já se disse, numa expressão feliz, que a contribuição brasileira para a civilização será de cordialidade – daremos ao mundo o “homem cordial”. A lhaneza no trato, a hospitalidade, a generosidade, virtudes tão gabadas por estrangeiros que nos visitam, representam, com efeito um traço definido do caráter brasileiro, na medida, ao menos, em que permanece fecunda a influência ancestral dos padrões de convívio humano, informados no meio rural e patriarcal. Seria engano supor que essas virtudes possam significar “boas maneiras”, “civilidade”. (HOLANDA, Sergio Buarque de. Raízes do Brasil. São Paulo: Companhia das Letras. p. 146-47)
A noção de “homem cordial” e o impacto de sua conduta no plano social e político levam à conclusão de que
A) não significando traço de civilidade, a cordialidade brasileira representa uma projeção ideológica que oculta a desigualdade e a violência das relações sociais e políticas.
B) o homem cordial representa um modelo ideal de sujeito, que contribui para definir, no cenário político brasileiro, a virtude pública da impessoalidade.
C) o homem cordial pode ser visto como o resultado de uma formação social marcada pelo predomínio da esfera pública e pelo primado das relações pessoais.
D) a definição apresentada por Sergio Buarque de Holanda para o homem cordial entra em contradição com a dimensão violenta da política, bem como com as relações sociais no Brasil.
E) as raízes do homem cordial vicejam na estabilidade do espaço público brasileiro, que admite tanto a moderação do comportamento como a adoção de regras impessoais.
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