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PortuguêsInterpretação de textos (8)


EXERCÍCIOS - Exercício 37

  • (FCC 2018)

Quando pela primeira vez li Jean-Paul Sartre fiquei fascinado. Isso era filosofia sobre a vida, sobre encontrar sentido e sobre como se conduzir.

“A existência precede a essência.” Se houvesse um concurso para a frase mais curta que resumisse uma posição filosófica inteira, essas palavras de Sartre venceriam. Trata-se da base sobre a qual o existencialismo moderno foi construído.

Sartre está dizendo que ao contrário dos objetos do mundo – por exemplo, minha torradeira – os seres humanos não podem ser definidos pelas suas propriedades. A torradeira é criada para tostar pão; a capacidade de tostar é o propósito e a essência da torradeira. No entanto, nós, seres humanos, podemos gerar e alterar nossas propriedades e propósitos fundamentais ao longo do caminho, de modo que não faz sentido dizer que temos alguma essência definidora imutável. Em primeiro lugar, nós existimos, e, em seguida, criamos a nós mesmos. Isso não é algo que minha torradeira poderia fazer.

Naturalmente, Sartre não quis dizer que podemos autocriar nossas propriedades físicas. Eu não posso querer ser alto. Nem posso querer ser marroquino. As questões importantes, porém, cabe a mim determinar, por exemplo: como exatamente eu quero viver, o que eu quero fazer com meu tempo limitado na Terra, pelo que eu estaria disposto a morrer – as qualidades que fundamentalmente fazem de mim um indivíduo. Tudo isso está aí para ser conquistado. Minhas conquistas.

Sartre não está apenas descrevendo esse potencial que é único para os seres humanos, ele está exortando-nos a adotá-lo e com ele nossa responsabilidade por aquilo que nos tornamos. E isso é assustador: se eu sou o mestre do meu destino, e o meu destino não se sai assim tão bem, não tenho ninguém para culpar além de mim mesmo .

(Adaptado de: KLEIN, Daniel. O livro do significado da vida . Trad. Leonardo Abramowicz. São Paulo, Gente, 2017, p. 54-55)


A argumentação do 3° parágrafo organiza-se a partir


A) da alusão a exemplos pessoais, com que se contesta o alcance da teoria de Sartre.

B) da oposição de opiniões, com a qual se aponta uma contradição na filosofia existencialista.

C) do raciocínio comparativo, com o qual se ilustra um aspecto da condição humana.

D) da relação de causa e efeito, com a qual se explica a falta de propósito das escolhas humanas.

E) do resumo das ideias de Sartre, com o qual se põe em dúvida a realidade da essência.


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