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PortuguêsAnálise sintática (2)


EXERCÍCIOS - Exercício 225

  • (CESGRANRIO 2006)

Texto II
A nuvem como guia

Quando eu era criança, morava na Penha. Em
minha casa, havia quintal. Deitado na grama, eu via
estrelas, cometas, asteróides: via até a ponta das
barbas brancas de Deus. Em dia de lua cheia, via até
5     seu sorriso, encimando o bigode branco. As estrelas
eram tantas que pareciam confetes e lantejoulas, em noite
de terça-feira gorda. Brilhavam forte, com brilho que hoje
já não se vê: a luz foi soterrada no céu sombrio pela
poluição galopante, estufa onde nos esturricaremos todos
10     como torresmos, sem remissão, se os países poluentes
continuarem sua obra sufocante.
Na Praia das Morenas, no fim da minha rua,
tropeçando em siris e caranguejos - naquele tempo
havia até água-viva na Baía de Guanabara; hoje, nem
15     morta! - eu via barcos de pescadores e peixes
contorcionistas, mordendo as redes, como borboletas em
teias de aranha - que ainda existiam naqueles tempos,
aranhas e borboletas.
Criança, eu pensava: como seria possível aos
20     pescadores velejar tão longe da areia, perder-se da
nossa vista, perder-se no mar onde só havia vento em
ritmos tonitruantes, onde as ondas eram todas iguais,
sem traços distintivos, feitas da mesma água e mesma
espuma e, encharcados de tempestades, encontrar o
25     caminho de volta?
Meu pai explicava: os pescadores olhavam as
estrelas, guias seguras, honestas, que indicavam o
caminho de suas choupanas, na praia. Eu olhava o céu
e via que as estrelas se moviam, e me afligia: talvez
30     enganassem os pescadores. Meu pai esclarecia: os
pescadores haviam aprendido os movimentos estelares,
e as estrelas tinham hábitos inabaláveis, confiáveis, eram
sérias, seguiam sempre os mesmos caminhos seguros.
BOAL, Augusto. (adaptado).
Assinale o item correto, quanto aos comentários sintáticos.


A) Em "via até a ponta das barbas brancas de Deus." (l. 3-4), o emprego da preposição destacada constitui caso de regência.

B) Nas passagens "...que pareciam confetes e lantejoulas," (l. 6) e "se os países poluentes continuarem sua obra sufocante." (l. 10-11), os verbos apresentam a mesma predicação.

C) Em "...onde nos esturricaremos todos..." (l. 9), a colocação do pronome oblíquo justifica-se pela exigência do pronome relativo.

D) Em "que ainda existiam naqueles tempos," (l. 17), substituindo- se o verbo existir pela locução verbal dever haver, tem-se deviam haver.

E) Nas passagens "...só havia vento ..." (l. 21) e " os pescadores haviam aprendido..." (l. 30-31), os termos destacados exercem a mesma função sintática.


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