PortuguêsNoções gerais de compreensão e interpretação de texto (8)
- (FCC 2009)
A teoria unificada
Os físicos vivem atrás de uma teoria unificada do
Universo que explique tudo. Todo o mundo persegue a tal teoria
unificada, ou unificadora, por trás de tudo. Só varia o tudo de
cada um. As religiões têm suas teorias unificadas: são suas
teologias. Diante de um religioso convicto você está diante de
alguém invejável, alguém que tem certeza, que chegou na
frente da ciência e encerrou a sua busca. A ciência e as
grandes religiões monoteístas começaram da mesma
diversidade - os deuses semi-humanos e convivas da
Antiguidade, as deduções empíricas da ciência primitiva - e
avançaram, com a mesma avidez, do complicado para o
simples, do diverso para o único. Só que o monodeus da ciência
ainda não mostrou a sua cara.
A teoria unificadora não requer esforço, é justamente um
pretexto para não pensar. (...) No fundo, o que nos atrai não é a
explicação unificadora. Pode ser a teoria mais fantástica, não
importa. O que nos atrai é a simplicidade. O melhor de tudo é a
desobrigação de pensar.
(Luis Fernando Veríssimo, O mundo é bárbaro. Rio de
Janeiro: Objetiva, 2008, pp. 59-60)
Da leitura do texto deduz-se que, para o autor,
A) a teoria mais fantástica costuma despertar mais interesse que a teoria simplificada dos teólogos.
B) as teologias, ao contrário dos estudos científicos, já estabeleceram uma teoria unificadora.
C) as religiões que cultuavam os deuses semi-humanos deram lugar aos estudos físicos que perseguem uma teoria unificada.
D) a desobrigação de pensar foi a principal razão para que os homens da Antiguidade cultuassem tantos deuses.
E) os físicos espelham-se nos teólogos a cada vez que buscam formular uma teoria unificada do universo.
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