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EXERCÍCIOS - Exercício 46

  • (FCC 2010)

A cor do invisível

Certo autor famoso dividiu um livro seu em duas partes: na primeira, contos realistas, na segunda, contos fantásticos. Resultado: tem-se a frustrada impressão de que ficou cada uma das partes amputada da outra, quando na realidade os dois mundos convivem. Por que chamar de invisível ou fantástico a esse mundo de que faz parte a caneta esferográfica com que vou abrindo caminho pelo papel como um esquiador sobre o gelo? Este é o mundo que se vê... e no entanto pertence ao mesmo mundo espiritual que está movendo a minha mão.
Um dia, num poema, ante esse frêmito que às vezes agita quase imperceptivelmente a relva do chão, eu anotei: são os cavalos do vento que estão pastando.
Invisíveis? Disse Ambrosio Bierce que, da mesma forma que há infrassons e ultrassons inaudíveis ao ouvido humano, existem cores no espectro solar que a nossa vista é incapaz de distinguir. Ele disse isso num conto seu, para explicar os estragos e as estrepolias de um monstro que "ninguém não viu".
Mas deixemos de horrores e de monstros - coisas de velhas e crianças - e acreditemos na cor dos seres por enquanto invisíveis para nós, como é chamado invisível este oceano de ar dentro do qual vivemos. Há muitas cores que não vêm nos dicionários. Há, por exemplo, a indefinível cor que têm todos os retratos, os figurinos da última estação, a voz das velhas damas, os primeiros sapatos, certas tabuletas, certas ruazinhas laterais: ? a cor do tempo...

(Adaptado de Mário Quintana, Na volta da esquina)
É preciso corrigir a redação da seguinte frase:


A) O autor não concorda, por julgá-la simplória, com a divisão que se costuma estabelecer entre o que é real e o que é fantástico.

B) Entre a realidade e a fantasia, argumenta o autor, nota-se muito mais permeabilidade do que se costuma admitir.

C) O senso comum costuma optar pelas divisões mecânicas, ignorando quão complexa é a relação entre o real e o imaginário.

D) Por mais que se insista, a maioria das pessoas prefere acreditar que o real e o imaginário não se convergem, mas se afastam.

E) Nem todos os povos do mundo consagram essa drástica divisão, aceita por nós, entre o que é material e o que é espiritual.


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