Procura

PortuguêsUso dos dois-pontos


EXERCÍCIOS - Exercício 80

  • (FCC 2013)

Considere o texto abaixo para responder a questão.

É comum se discutir que mudanças a internet trouxe para as relações humanas. Como é este mundo pós-pós-moderno, diferente de tudo que antes existiu? Uma imagem ilustra o que uns chamam de perplexidade, uma imagem frequente, hilariante – e banal: cinco ou seis pessoas juntas, mas cada uma mergulhada em seu laptop ou celular. Parecem ser um grupo, só que não o são, cada uma fechada em seu mundo virtual.

Mas isso é mesmo uma novidade? Porque o distanciamento de quem fisicamente está próximo é um tema antigo na filosofia. Ele remonta pelo menos a Platão, no século V antes de Cristo.

Em seu diálogo Fedro , o filósofo grego conta que o ministro Tot apresentou ao faraó Tamus uma série de invenções.A escrita, disse Tot, permitiria guardar a memória do passado e transmitir mensagens a distância, superando as barreiras do tempo e do espaço. Mas o faraó a condena: ela permite a mentira, a falsidade. Assim, desde a Antiguidade, se valoriza a presença e se desconfia da ausência, da distância, da representação. Representar é tornar presente o ausente, é fazer que o morto ou o longínquo esteja conosco; o problema é que assim é fácil falsificá-lo. É o que dirá outro filósofo, Rousseau, no século XVIII: quando você fala com alguém na sua frente, os gestos e o olhar enriquecem a comunicação; já um texto escrito pode ser manipulado à vontade.

Ora, quais invenções aumentam a representação, substituindo a presença, o olho a olho, pela distância, falsidade ou manipulação? Primeiro, a escrita; depois, a imprensa; em nossos dias, a internet. Mas imprensa e internet não nasceram do nada. Cada uma potencializou o que já existia. Cada uma amplia as possibilidades da comunicação a distância. Com isso, cada uma castiga a presença. Essa se torna dispensável, inferior, secundária. O avanço da amizade on-line que, muitas vezes, quando vamos conferir, é falsa (as pessoas são mais feias ou mais pobres do que se disseram), desvaloriza a amizade presencial
.

(Renato Janine Ribeiro. O Estado de S. Paulo , J6 aliás , 3 de fevereiro de 2013, com adaptações)

Mas o faraó a condena: ela permite a mentira, a falsidade.

O segmento introduzido pelos dois-pontos deve ser entendido como


A) aceitação, pelo faraó, das observações apresentadas pelo ministro.

B) consequência das informações apresentadas pelo ministro ao faraó.

C) condição que permite a condenação da novidade referida pelo ministro.

D) causa que justifica a atitude de condenação do faraó.

E) finalidade da comunicação a distância demonstrada pelo ministro.


Próximo:
EXERCÍCIOS - Exercício 81

Vamos para o Anterior: Exercício 79

Tente Este: Exercício 26

Primeiro: Exercício 1

VOLTAR ao índice: Português






Cadastre-se e ganhe o primeiro capítulo do livro.
+