FilosofiaSócrates e a maiêutica
- (CESPE 2013)
Sócrates experimentara o filosofar como pólemos , isto é, o embate e combate pela evidência e verdade ( aletheia ), contra o perigo da aparência e da opinião ( doxa ). E pautara esse filosofar “polêmico” (no sentido acima) no exercício do diálogo. Do diálogo socrático fazia parte a ironia. “No uso comum, a palavra ironia tem uma gama infinita de sentidos. Mas em todos eles perpassa uma atitude mental que considera o conhecimento uma névoa que embacia e deforma a realidade. Nossa existência-no-mundo, formada a partir dessa névoa, torna-se terrivelmente mesquinha. O pensador irônico percebe a mesquinhez de tal existência. Sócrates foi mestre da ironia porque, na discussão das palavras, conduzia a todos à evidência e à convicção do ‘sei que nada sei’”.
Arcângelo R. Buzzi. Filosofia para principiantes: a existência humana no mundo . Petrópolis: Vozes, p. 82, 9.ª ed., 1998, p. 82 (com adaptações).
De acordo com as ideias apresentadas no texto acima, assinale a opção correta.
A) A ironia em Sócrates tinha um sentido meramente depreciativo e, nesse sentido, era idêntica ao sarcasmo puro e simples.
B) Toda opinião é necessariamente falsa, pois é baseada na aparência, e não na essência das coisas.
C) Para Sócrates, como educador, o importante era que o homem se tornasse capaz de ter opiniões sobre a realidade.
D) A ironia socrática era o modo de interrogar por meio do qual Sócrates levava o seu interlocutor ao reconhecimento de sua própria ignorância, fazendo a crítica das opiniões baseadas nas aparências assumidas pelos homens no cotidiano.
E) Na concepção socrática, o não saber é mera ignorância, portanto é o maior impedimento ao pensamento filosófico.
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