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EXERCÍCIOS - Exercício 251

  • (LEGALLE Concursos 2014)

A NAU AVARIADA

LYA LUFT

No artigo anterior escrevi sobre o desejo (ingênuo) de união, uma vez que estamos todos neste grande navio onde nada funciona bem: economia, saúde, educação, infraestrutura, honradez e confiança nas instituições. De vez em quando é bom permitir-se um desejo inocente. A realidade, porém, é outra, disso todos sabemos, sobretudo quem inventa artifícios para se firmar em seu posto, como dizer que está tudo muito bem.

Está tudo periclitando: dois dos pilares de uma nação soberana são confiança e verdade — estas estão gravemente abaladas no Brasil. Agora mesmo começam ___ medidas que, segundo tantos, seriam tomadas pela oposição caso ela vencesse: cortes e aumentos. O povo pobre, cansado, exaurido e iludido, ...... não tinha como prever isso, agora paga ___ alta conta. E diz, suspirando: "Vamos tocar em frente". Também se afirma que puseram fim ___ pobreza no país, a miséria já não existe: um dos recursos foi inventar que todo aquele que ganha acima de 300 reais por mês é classe média. Sem comentários.

Outra base é a liberdade: uma nação não é soberana se os cidadãos não podem se expressar sem medo de repressão. Ofensas graves podem ser cobradas. Porém, a repetida intenção de regulamentar, isto é, amordaçar, a imprensa revela um autoritarismo impensável numa democracia. A esperança é que o Congresso impeça isso a qualquer custo, incluindo aí vozes honradas e fortes de todos os partidos, ou estaremos fora das nações ditas livres.

Mais um pilar desse fundamento de muitas pernas é a educação, ...... falo e escrevo há tantos anos. Raramente comento algum livro: estou do lado de cá do balcão, escrevo livros, não os estudo nem critico, isso deixo para especialistas ou colegas que o saibam fazer. Mas sugiro minha leitura destes dias: As Crianças Mais Inteligentes do Mundo, de Amanda Ripley. Uma experiente jornalista americana acompanhou por um bom tempo três alunos de 2o grau que foram estudar na Finlândia, Coreia do Sul e Polônia. Nesses países estavam os estudantes que mais se destacavam num critério estabelecido mundialmente, o chamado Pisa, que avalia o grau de excelência do ensino em várias nações. O resultado foi que nesses três lugares estavam os melhores alunos, o melhor ensino, os melhores professores, ganhando até de países mais ricos, como os Estados Unidos.

O que os distinguia? Resumindo: rigor. Palavra que nos dá arrepios, nós que somos do "deixa pra lá", "toca em frente", "Deus quis assim", e por aí vai. Rigor significa, nesses casos, primeiro, alta valorização dos professores, muito exigidos na sua preparação, muito estimulados e, consequentemente, muito respeitados e bem pagos. O cargo de professor é tão valorizado como a profissão de médico. Portanto, professores satisfeitos, competentes, que por sua vez vão ser exigentes com seus alunos.

Isso não significa frios, cruéis, carrascos, mas respeitosos: só respeito aquele ...... posso exigir algo dentro do possível. Assim, alunos se esforçam, orgulham-se de suas notas, gostam de estudar e trabalhar. Nessas escolas o aluno mais apreciado não é o melhor esportista nem o mais popular, mas o melhor no estudo e na compostura. ___ uma competição saudável e alegre no trabalho pelo futuro pessoal.

Aqui, ...... o estudo é cada vez mais fraco, um deputado propõe que se retire das escolas o ensino do inglês; uma alta autoridade sugere o mesmo para "matérias inúteis como filosofia e sociologia, pois os alunos já estudam demais".

Um dado surpreende no citado livro: excelência não tem a ver com raça nem riqueza. Mas não se pode aplicar nada disso ...... reinam miséria e descaso, como revelam frequentes reportagens no Brasil sobre lugares sem escola, escola sem assoalho, sem cadeiras nem mesas, sem material escolar e sem comida para as crianças. Perguntaram a um menininho o que ele mais queria poder comer na escola.

Ele disse, baixinho: "Arroz".

___ outros pilares para estabelecer uma nação soberana e livre, enquanto nós aqui afundamos na omissão e na resignada mediocridade. Merecíamos mais.

Revista VEJA, publicação de 19/11/2014, adaptado.


Sobre os elementos de coesão apresentados pelo texto, analise as afirmações que são feitas a seguir: I) “os” (4º parágrafo) classifica-se como pronome oblíquo tônico, referindo-se a “livros” (4º parágrafo).
II) “o” (4º parágrafo) exerce a função de complemento do verbo “fazer” e refere-se a “estudo” e “critico”.
III) “os” (5º parágrafo) refere-se a países, no caso Finlândia, Coreia do Sul e Polônia. IV) “o mesmo” (7º parágrafo) refere-se à ideia de retirar das escolas e classifica-se como substantivo. V) “aqui” (7º e 9º parágrafos) refere-se a elemento extratextual, no caso o país em que a autora vive. Está(ão) correta(s):


A) Apenas I, II e III

B) Apenas a I, III e IV.

C) Apenas a II e IV.

D) Apenas II, III e V.

E) II, III, IV e V.


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