PortuguêsNoções gerais de compreensão e interpretação de texto (4)
- (VUNESP 2016)
O líder é um canalha. Dirá alguém que estou generalizando. Exato: estou generalizando. Vejam, por exemplo, Stalin. Ninguém mais líder. Lenin pode ser esquecido, Stalin, não. Um dia, os camponeses insinuaram uma resistência. Stalin não teve nem dúvida, nem pena. Matou, de fome punitiva, 12 milhões de camponeses. Nem mais, nem menos: 12 milhões. Era um maravilhoso canalha e, portanto, o líder puro.
E não foi traído. Aí está o mistério que, realmente, não é mistério, é uma verdade historicamente demonstrada: o canalha, quando investido de liderança, faz, inventa, aglutina e dinamiza massas de canalhas. Façam a seguinte experiência: ponham um santo na primeira esquina. Trepado num caixote, ele fala ao povo. Mas não convencerá ninguém, e repito: ninguém o seguirá. Invertam a experiência e coloquem na mesma esquina, e em cima do mesmo caixote, um pulha indubitável. Instantaneamente, outros pulhas, legiões de pulhas, sairão atrás do chefe abjeto.
(Nelson Rodrigues, “Assim é um líder”. O óbvio Ululante. Adaptado )
É correto afirmar que, do ponto de vista do autor,
A) há uma tendência de o tempo fazer esquecer ações cometidas por poderosos.
B) verdadeiros líderes se afastam de influências maléficas capazes de contaminar seu poder.
C) líderes são lembrados especialmente por atos que ele classifica como canalhice.
D) não há santos entre os líderes, porque líderes não convencem as multidões.
E) a importância dos líderes e sua permanência na história decorrem de suas virtudes.
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