PortuguêsCoesão e coerência (3)
- (CESPE 2011)
Quando Chomsky apareceu no cenário intelectual, a linguística – estudo da linguagem, da gramática das diferentes línguas e da história desses idiomas – tinha vivido poucos avanços significativos. Para falar a verdade, dois. O primeiro foi a criação da tradição clássica, originada no mundo grego, que perdurou até o final do século XIX. O segundo salto foi o estruturalismo, criado pelo suíço Ferdinand de Saussure (1857-1913).
Na visão clássica, estudava-se uma língua só por meio dos textos escritos. Os linguistas rastreavam registros escritos, desde as línguas antigas (latim, grego, aramaico) até alcançar o presente. Esse tipo de abordagem exigia estudiosos que dominassem diversas línguas, fazendo descrições de cada caso. Havia pouca capacidade de generalização, ou seja, de transpor o conhecimento acumulado sobre uma língua para outra língua.Era uma abordagem enciclopédica, que considerava os registros escritos como o ponto alto de um idioma.
Saussure inovou, comparando o aprendizado de uma língua a um jogo de xadrez: em uma partida em curso, qualquer pessoa pode tomar o lugar de um dos jogadores, porque as regras do jogo são poucas e bem conhecidas; por isso, não importa muito saber como o cavalo foi parar ali, ou como a torre foi perdida; o que vale é saber que, dada a situação das peças e conhecidas as regras, a partida pode seguir, agora manejada por alguém que chegou depois do início. Assim é o aprendizado da língua, disse ele: ninguém tem de, obrigatoriamente, saber a história da língua para falá-la e escrevê-la aqui e agora.
Foi um golpe certeiro. O estruturalismo, como ficou conhecida essa modalidade de estudo da língua, foi tão bem recebido que se expandiu para outras áreas (a antropologia, por exemplo). Para os adeptos dessa visão, estudar uma língua é realçar as estruturas que a compõem e descrevê-las, sem ligar para a história que a trouxe do mundo primitivo até o presente. Estava aberto o caminho para uma abordagem científica da linguagem, porque não se tratava mais de caçar o certo e o errado, mas de tomar a língua como um objeto. Com isso, caía por terra a suposta superioridade de uma língua sobre outra.
Com relação às ideias e às estruturas do texto acima, julgue os itens
de 91 a 95 .
Na linha 3, a expressão “desses idiomas” retoma, por coesão, o referente “diferentes línguas” (L.2-3).
C) Certo
E) Errado
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